O cenário atual – aumento de consumo e de emissões de gases de efeito estufa – pode começar a se alterar com a entrada em vigor, este ano, da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela direciona recursos públicos para priorizar redução desses resíduos e sua produção, para encontrar soluções para a reutilização ou reciclagem e, por fim, pensar em seu tratamento, quando os rejeitos podem ser encaminhados a um destino adequado em um aterro sanitário.
O homem moderno produz e consome para sobreviver e, como consequência, gera uma quantidade imensa de resíduos. A decomposição dos rejeitos orgânicos em lixões e aterros, ao fim do ciclo de vida de cada produto, gera biogás, uma mistura gasosa com quase 50% de metano – um potente gás causador de efeito estufa- , mais uma quantidade semelhante de dióxido de carbono e uma pequena parte de outras impurezas, como vapores d’água e de ácidos.
É paradoxal, mas um lixão a céu aberto emite 60% menos do biogás formado em um aterro sanitário. A colonização por ratos, urubus, moscas, entre outros vetores nocivos, porém, potencializa seus danos ambientais. Então, converter lixões a céu aberto em aterros sanitários (já que aterros controlados não são mais que lixões melhorados), além de nos livrar de sérios problemas ambientais, oferecem medidas para a recuperação do metano gerado com maior intensidade.
Com o contínuo aumento da concentração atmosférica de Gases do Efeito Estufa (GEE), desde a Revolução Industrial, as mudanças climáticas globais observadas nas últimas décadas fizeram com que o Brasil – e quase todos os países do planeta – aderisse a tratados internacionais, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo de Kyoto. A partir de então, o governo brasileiro passou a quantificar as emissões de GEE nas mais importantes atividades da economia.
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Segundo dados de 2010, as emissões totais de GEE no Brasil foram de pouco mais de 1,2 milhão de toneladas de CO2e. A atividade agrícola foi a principal fonte (com 35%), enquanto o acúmulo de resíduos urbanos em aterros emitiu 49 mil toneladas de CO2e (4%).
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Estudos que fundamentaram o inventário nacional de emissões entre os anos 1970 e a primeira década deste século 21 apontam que o volume de resíduos urbanos gerados todos os dias per capita dobrou no período. Cresceu também as quantidades coletadas e enviadas aos aterros, o que acelera as emissões de GEE em proporções superiores ao crescimento populacional. Uma alternativa para reduzir esses números é a instalação de aterros sanitários com sistemas de coleta desses gases em dutos ou sua destruição pela queima ou eliminação do gás. O biogás precisa ser purificado para se transformar em combustível eficiente. Já o gás metano pode ser aproveitado para gerar energia.
Fonte: Planeta Sustentável
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