Enquanto a Terra aquece e geleiras por todo o mundo começam a derreter,pesquisadores e especialistas em políticas públicas se focam em como toda essa água extra contribuirá para os níveis marítimos, mas outro impacto relacionado a este cenário diz respeito ao carbono. Mais especificamente,o que acontece com todo o carbono orgânico encontrado nestas geleiras quando estas se desfizerem?
Este é o foco de uma nova pesquisa feita por um time de pesquisadores da Universidade da Flórida. O estudo, publicado em 2014, é a primeira
previsão global feita por cientistas imaginando seriamente um cenário em que grandes áreas congeladas começam a derreter.
“Esse é a primeira tentativa de entender quanto gás carbônico há nas geleiras e quanto dele será solto na atmosfera quando estas degelarem”
disse Spencer, o professor responsável pelo projeto. “Isso pode mudar toda a cadeia alimentar, nós não sabemos como diferentes ecossistemas irão reagir com esse aumento de carbono”
Geleiras e icebergs contém aproximadamente 70% da água potável da Terra, e esse degelo contínuo é um grande contribuinte para o aumento do nível dos mares, mas geleiras também armazenam gás carbônico derivado da produção primária na própria geleira além do depósito de materiais como fuligem ou outros combustíveis fósseis.
O resultado do estudo é alarmante. Especificamente, a quantidade de gás carbônico proveniente de geleiras aumentará em 50% nós próximos 35 anos. Botando isso em contexto, é a quantidade de carbono orgânico expelido pelo Rio Mississipi sendo adicionado cada ano, somente por degelo de grandes áreas. Isso afetará ecossistemas marinhos, principalmente aqueles perto de áreas congeladas, ameaçando espécies inteiras como Ursos Polares, pinguins, e outros animais dependentes daquele habitat para sobreviver.